NOVEMBRO 2022 - ANO 1 - EDIÇÃO 9

5 dicas para seleção por pelame

A seleção por pelame já é uma realidade nos plantéis brasileiros. No entanto, essa prática tende a se tornar cada vez mais importante numa pecuária que busca animais com destacada adaptabilidade aos diferentes climas e ambientes. Nesse processo, os dados disponibilizados pelo Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) são importantes aliados. Ao avaliar o pelame, onde se analisa o comprimento e a espessura do pelo dos reprodutores, na desmama e no sobreano, o criador tem em mãos informações que irão lhe permitir escolher o bovino que melhor se adequa a sua propriedade. Se o pecuarista busca por um animal que terá maior adaptação ao calor, por exemplo, é preferível aquele com pelo curto e liso. Mas como saber isso? O pelame pode ser classificado de 1 à 3, sendo que a nota 1 é atribuída a animais com pelo curto e liso. A nota 3 é destinada a bovinos com pelo longo e lanoso e a nota 2 refere-se a uma condição intermediária.

Para ajudar o criador na hora da seleção por pelame, o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul e consultor de genética do Promebo, Fernando Cardoso, separou 5 dicas para serem colocadas em prática. Proprietário da Fazenda da Barragem, em Dom Pedrito (RS), Cardoso, inclusive, participa de estudo inédito da raça Angus com 93 novilhas pretas e vermelhas do mesmo grupo contemporâneo para avaliação dos animais mais termotolerantes. Resultados preliminares da pesquisa conduzida por mestranda da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) já indicam que o pelame está mais atrelado ao grau de termotolerância dos reprodutores do que ao fato de a pelagem ser preta ou vermelha. O que reforça ainda mais a necessidade de se atentar a essa característica na hora da escolha de bovinos de diferentes raças para compor o rebanho.

Confira:

1) Avaliar na desmama e no sobreano
Apesar de obrigatória somente ao sobreano, é de extrema importância que o criador realize a avaliação para pelame tanto na desmama quanto no sobreano. Só assim o pecuarista terá em mãos informações que irão lhe assegurar se o animal tem condições ou não de passar para as próximas gerações a capacidade de ter baixo pelame.

2) Analisar no pelechamento
Outra dica essencial é realizar a avaliação dos animais no período que estiverem pelechando. Dessa forma, o pecuarista garante maior variabilidade dentro do rebanho.

3) Aplicar os dados
Não basta o criador apenas ter as informações dos animais. É preciso que ele as aplique na seleção. Por isso, na hora de escolher novilhas e touros de reposição, é importante se considerar os dados de pelame dos mesmos.

4) Escolher touros com avaliação de pelame
Quando for escolher reprodutores para usar em Inseminação Artificial é válido optar por aqueles que tenham avaliação de pelame no Brasil ou de pelechamento nos Estados Unidos e estejam classificados entre os melhores para essas características.

5) Identificar e descartar matrizes
É necessário identificar e descartar matrizes que, mesmo estando em boas condições corporais durante o verão, permaneçam com pelo comprido e sem pelechamento.